Em 1978, realizava-se uma simultânea conduzida por Rui Silva Pereira e Álvaro Pereira no Rossio, em Lisboa. O tempo era de chuva, tal como nestes dias.
Este evento ficaria registado no número 15, de Junho de 1978, da Revista Portuguesa de Xadrez (II série) da seguinte forma:
No passado dia 5 de Junho, Rui Silva Pereira e Álvaro Pereira conduziram uma sessão de partidas simultâneas, em que registaram, respetivamente, as marcas de +19=3–1 e +20=2–3.
E a notícia do acontecimento, atualmente quase banal, ficaria por aqui não fosse a particularidade de se ter realizado em pleno Rossio lisboeta, num dia a que se convencionou chamar do Ambiente.
Tal como sucedeu o ano passado, o xadrez, bem como outras atividades desportivas e culturais, desceu à rua, temporariamente liberta de carros, gases, fumos e poeiras. E alguns milhares de pessoas (esquecendo a azáfama do normal viver na cidade, produto acabado da sociedade industrial) acercaram-se dos tabuleiros, perguntaram como se joga o xadrez e ficaram para ver como é.
Fazemos votos de que em muitas outras localidades e em muitos dias do ano haja xadrez na rua – porque isso é ter a certeza de que a nossa modalidade se encontrará no conhecimento e na linguagem do povo.




[Fotos de Álvaro Fernandes a partir de Rui Pereira.]