Magnus Carlsen e Bibisara Assaubayeva triunfam no Campeonato Mundial de Rápidas

O norueguês conquista o segundo ouro em Almati depois de vencer nas rápidas. A jogadora cazaque é a campeã feminina pelo segundo ano consecutivo.

O título absoluto

Após um forte desempenho no primeiro dia das rápidas, Carlsen manteve o rumo e encerrou o torneio com sucesso. No segundo dia, Carlsen empatou com Hikaru Nakamura, número um do campeonato e no primeiro dia, mas consegue a liderança e acaba por vencer

Não foi um percurso tranquilo para Carlsen, que sofreu duas derrotas em momentos críticos: para Ian Nepomniachtchi e para a jovem estrela, o russo Alexey Sarana, de 22 anos.

Na ronda final, Carlsen enfrentou Nodirbek Abdusatorrov, a promessa do xadrez do Uzbequistão. Carlsen mostrou nervos mais firmes numa posição complicada e conseguiu arrebatar a vitória, isolando-se na primeira posição e terminado com 16 pontos em 21 possíveis.

Depois de vencer o campeonato mundial de xadrez rápido, Carlsen é o detentor de todos os três títulos do campeonato mundial – Clássico, Semirrápido e Rápido. É a terceira vez que o norueguês consegue tal feito, sendo que as outras foram em 2014 e 2019.

“É uma ótima sensação.”, foi a primeira reação de Carlsen após conquistar dois títulos mundiais em cinco dias. “Este é um evento muito difícil. Começou muito bem ontem, mas sentia que não estava com muita energia… Estava apenas a tentar sobreviver até ao segundo dia para ver se tinha alguma hipótese… Hoje senti-me um pouco melhor e tentei vencer o máximo de jogos que pude.”

Carlsen foi também questionado sobre qual de seus títulos mundiais é-lhe mais querido. “Até certo ponto, o título do Rápidas é muito importante porque é disputado com mais rondas … No que diz respeito ao campeonato clássico, ganhei, mas não é suficientemente querido para mantê-lo.”

Carlsen refletiu também sobre o desempenho do segundo classificado nas rápidas, o americano GM Nakamura, destacando que este estava sob uma enorme pressão por ser o líder após o primeiro dia. “Embora esteja habituado a vencer torneios, ele nunca ganhou este… Quando começou a mostrar insegurança, percebi que tinha hipótese de vencer”.

O segundo e o terceiro lugares foram para o GM Hikaru Nakamura e o arménio GN Haik Martirosyan, respetivamente, que terminaram a um ponto de Carlsen (15/21).

A secção feminina

Com 13 pontos em 17 rondas, Bibisara Assaubayeva do Cazaquistão fica isolada na frente. O seu sucesso é ainda mais impressionante pois já era detentora deste título e conseguiu assim defendê-lo. Apenas Kateryna Lagno foi capaz de fazer o mesmo ao vencer o título em rápidas em 2018 e 2019.

Humpy Koneru, da Índia, ficou em segundo lugar após fazer 12,5 em 17, seguida por Polina Shuvalova e a vencedora das Semirrápidas deste ano, Tan Zhongyi, que empataram no terceiro lugar com 12 pontos. A primeira acaba por ficar melhor no desempate e arrebata a medalha de bronze.

Tendo começado o segundo dia um ponto e meio atrás dos líderes (6/9), Assaubayeva teve um segundo dia espetacular, vencendo sete jogos e perdendo apenas um, precisamente para Polina Shuvalova.

Na conferência de imprensa após a vitória, Assaubayeva disse que se sentiu muito emocionada por ter conseguido defender a sua coroa (“que é mais difícil do que ganhá-la”), mas também por o ter conseguido fazer no seu próprio país. “Estou muito feliz por ter vencido no meu país. Senti que tinha muita responsabilidade sobre os meus ombros. Infelizmente, fiquei doente após o primeiro dia das Semirrápidas, e decidi então mostrar toda a minha força nas Rápidas.”

O Cazaquistão conquistou duas medalhas nos torneios femininos: prata nas Semirrápidas e ouro nas Rápidas. É um enorme sucesso para este país da Ásia Central que tem vindo a investir cada vez mais no jogo e espera vir a organizar mais competições internacionais de xadrez.

[Fonte: FIDE]

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